Nasceu em 18.06.1915, em Natal/RN, filha de Luiz Odilon de Amorim Garcia e Maria Anunciada Roselli de Amorim Garcia. Odette Roselli graduou-se pela Faculdade de Odontologia da Bahia no ano de 1937. Entre as décadas de 50 e 60 participou de diversos Cursos, Congressos, Jornadas, Semanas Odontológicas e teve alguns trabalhos publicados, dentre eles “Atualização do ensino da Odontopediatria” e “Alguns conselhos sobre alimentação para preservar os dentes contra a cárie”.
Ao longo da carreira, Odette Roselli exerceu várias atividades. Entre tantas outras, foi sócia fundadora da ABEO – Associação Brasileira de Ensino de Odontopediatria; Professora fundadora da Faculdade de Farmácia e Odontologia o Rio Grande do Norte; Professora de Ortodontia e Odontopediatria desde a fundação da Faculdade de Odontologia da UFRN (Professor Catedrático) até o desmembramento das referidas disciplinas.
Odette Roselli foi casada com Luiz Ignácio Maranhão Filho, advogado, jornalista e professor. No dia 3 de abril de 1974, Luiz Inácio Maranhão Filho foi preso em São Paulo, por motivação política – ele fazia oposição à ditadura militar – desaparecendo em seguida. Em maio, Odette Roselli denunciou através de uma carta que Luiz Maranhão estava sendo torturado pelo delegado do Departamento da Ordem e Polícia Social (DOPS), Sérgio Paranhos Fleury. Sua carta foi encaminhada ao MDB (Oposição do Governo Militar. Em 08 de abril de 1987, o ex-médico e torturador Amílcar Lobo revelou, em entrevista à Revista Isto É, que viu Luís sendo torturado no DOI-CODI do I Exército no Rio de Janeiro. Em 1993 o ex-agente do DOI-CODI, Marival Chaves, em entrevista à Revista Veja, disse que Luís fora trucidado pelos órgãos de segurança da ditadura militar; seu corpo não foi localizado. Segundo o relato de Chaves, que havia trabalhado como agente do Doi-Codi (órgão de repressão militar), Maranhão Filho foi morto com uma injeção utilizada para matar cavalos, após tortura.
Antes de saber da morte, Odette pediu ajuda a várias autoridades.
O jornalista Rubens Lemos Filho em sua coluna Passe Livre, referiu-se a Odette Roselli como a “heroína da esperança”, a “viúva da liberdade”. Ela concedeu uma entrevista ao citado jornalista em 1994 (30 anos de ditadura), quando continuava a esperar o companheiro chegar ao portão, ao cair da tarde…
Odette Roselli faleceu em 04/05/2010.
OBS.: Perfil baseado no memorial arquivado na Academia e nos sites: